Desde muito cedo, aos 18 anos, quando comecei a faculdade e o trabalho ao mesmo tempo, percebi a importância de organizar minha vida de forma produtiva e sustentável. Não equilibrar trabalho e lazer pode levar tanto ao desgaste físico e mental (quando se trabalha demais sem descanso) quanto à estagnação profissional (quando se descansa demais sem foco). O segredo está no equilíbrio e na priorização do que realmente importa.
Na Tech4Humans, tive a oportunidade de aprofundar esse aprendizado participando do Tech Talento, nosso programa interno de desenvolvimento comportamental. Aprendi na prática como manter esse equilíbrio de maneira consciente e duradoura.
A seguir, compartilho as principais dificuldades que enfrentamos ao buscar esse equilíbrio entre vida pessoal e profissional — e como podemos superá-las.
Muitos acreditam que parar para descansar é sinal de fraqueza ou falta de comprometimento. Essa ideia não é exclusiva da cultura norte-americana, mas aparece em vários contextos globais que valorizam produtividade extrema.
No entanto, o ócio produtivo é fundamental: quando você faz uma pausa para recarregar as energias — seja praticando esporte, lendo sem compromisso ou simplesmente mudando de ambiente —, sua criatividade tende a florescer. Isso acaba refletindo positivamente no trabalho. Lembre-se sempre de que você precisa atender a si mesmo primeiro, e não ser um “super-herói” para os outros.
A sensação de urgência constante faz com que tentemos resolver tudo ao mesmo tempo. A verdade é que cerca de 20% das tarefas geram 80% dos resultados (princípio de Pareto). O ponto é identificar essas tarefas prioritárias. Eu utilizo a Matriz de Eisenhower, idealizada pelo presidente Dwight D. Eisenhower, que divide as atividades em quatro quadrantes:
Essa gestão visual do dia a dia é muito eficaz. Além disso, evite distrações como redes sociais — o chamado “brain rot” consome dopamina e energia sem gerar valor. No fim do dia, você se sente exausto sem ter produzido nada realmente significativo, porque suas “sementes” foram plantadas em um “solo infértil”. Nosso tempo e nossa energia são recursos escassos; precisamos ser seletivos.
Fazer muitas coisas sem clareza traz frustração. Se você sabe exatamente o que precisa entregar e faz isso com qualidade, o impacto é muito maior. Perguntar “Qual é a expectativa desse projeto? O que o meu gestor/cliente quer como resultado?” evita retrabalho, poupa tempo e garante que você não produza algo desnecessariamente complexo ou superficial demais. Em resumo: produtividade consciente > horas a mais.
Viver no “aqui e agora” é um desafio para quem está sempre conectado. Para manter o foco, aprendi a anotar rapidamente qualquer nova ideia para depois — seja em papel, no app de notas do celular ou gravando áudio para mim mesmo — e retornar imediatamente ao que estava fazendo. Se você participar de uma reunião, por exemplo, e começar a abrir e-mails ou documentos paralelos, dificilmente agregará valor em qualquer uma das atividades. Decida não se distrair e crie barreiras para cortar hábitos nocivos.
O corpo dá sinais (dores de cabeça frequentes, insônia, cansaço crônico) antes do colapso. Segundo pesquisas sobre arrependimentos na terceira idade, as pessoas frequentemente lamentam não ter cuidado da saúde ou não ter aproveitado mais tempo com quem amam.
Para manter alta performance, você precisa garantir seu bem-estar físico e mental. A “regra da aviação” — colocar primeiro a máscara em você antes de ajudar os outros — se aplica também ao dia a dia. Se o “CPF de pessoa” não estiver bem, seu trabalho sofrerá consequências. Reconheça limitações, ajuste estratégias e priorize seu autocuidado.
Trabalho é importante, mas a harmonia familiar e social é essencial. Se sua família ou amigos são prioridade, você precisa dedicar tempo de qualidade a eles — mesmo que sejam apenas trinta minutos de foco total, sem celular ou interrupções. Esse investimento de energia fora do escritório retorna para você em forma de apoio emocional, motivação e bem-estar. Escolha estar presente; é uma decisão.
Não conseguir recusar tarefas significa permanecer apenas no operacional, sem espaço para pensar estrategicamente. Aprender a dizer “não” de forma educada e assertiva — por exemplo, “Nesse momento não consigo encaixar essa demanda, mas posso entregá-la amanhã cedo” ou “Esse escopo não se enquadra na minha posição; posso indicar quem seja mais adequado” — faz com que você seja visto como um profissional que sabe filtrar prioridades. Isso fortalece sua reputação e permite que você invista seu tempo nas atividades que realmente importam.
Tudo começa pela consciência de como você funciona:
Ao mapear essas pequenas variáveis, você ganha clareza para ajustar hábitos, reforçar comportamentos que funcionam e eliminar os que não trazem resultados. Assim, você irá melhorar como pessoa e profissional — e terá mais tempo de qualidade para a família, amigos e para você mesmo.
Se eu pudesse conversar com o Luis de 18 anos, diria:
“Não tenha medo dos desafios, mergulhe de cabeça e saiba organizar seu tempo, pois ele não volta. Equilíbrio é a prioridade: tempo para o trabalho e tempo para o lazer.”
E você, como equilibra trabalho e lazer no seu dia a dia? Compartilhe nos comentários suas estratégias favoritas ou dúvidas sobre produtividade e bem-estar!
E acesse, em primeira mão, nossos principais conteúdos diretamente do seu e-mail.